Afinal, o que é dislexia?
O dia 16 de novembro é o Dia Nacional de Atenção á Dislexia. Essa data foi estabelecida pela Lei N° 13.085/2015. Essa Lei visa propagar informações sobre a dislexia. Pois, é muito importante conscientizar a população e sinalizar a importância do diagnóstico e tratamento para o indivíduo ter um aprendizado de qualidade.
A dislexia do desenvolvimento é o transtorno onde a criança, apesar de ter acesso à escolarização regular, falha em adquirir as habilidades de leitura e soletração que seriam esperadas de acordo com seu desenvolvimento intelectual. (MUSKAT, RIZZUTI 2012, p.15)
A associação Brasileira de Dislexia, define a dislexia como um transtorno da aprendizagem característico da leitura de origem neurobiológica. Algumas crianças têm dificuldade no reconhecimento preciso da palavra, de fazer a conexão entre as letras e os fonemas. Os sons associados a essa letra. Consequentemente, de instituir a habilidade da decodificação de palavras e em soletração. Essas dificuldades resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem. Esse transtorno se manifesta geralmente no processo de alfabetização.
Confira nesse artigo a respeito sobre a dislexia e suas características. E também a sua importância no âmbito educacional. Boa leitura!
Identificando os sinais da Dislexia
Como já mencionado, a dislexia é conceituada como um transtorno característico da aprendizagem. Os sinais prejudicam o desenvolvimento acadêmico dos alunos. A dislexia geralmente inclui um conjunto de sintomas. Cada pessoa apresenta diferentes sinais, por isso é essencial não generalizar. Você sabe quando os primeiros sinais de dislexia podem aparecer? Na educação infantil os primeiros sintomas podem dar indicio. Com a demora na linguagem, percebe-se isso quando a criança apresenta dificuldade com rimas (nas canções). Outra característica é o retardo na coordenação motora fina.
Trata-se de uma desordem (dificuldade) manifestada na aprendizagem da leitura, independentemente de instrução convencional, adequada inteligência e oportunidade sócio-cultural. O cérebro de disléxicos, devido às falhas nas conexões cerebrais, não funciona desta forma. No processo de leitura, os disléxicos recorrem somente à área cerebral que processa fonemas.
A consequência disso é que disléxicos têm dificuldade em diferenciar fonemas de sílabas, pois sua região cerebral responsável pela análise de palavras permanece inativa. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança disléxica não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida. (FONSECA, 1995, p. 330)
Os graus da dislexia são leve, moderado e severo. Vai depender das dificuldades apresentadas em cada criança. Caso o indivíduo apresente essas características é importante fazer uma avaliação diagnostica com profissionais especializados, como médico, psicopedagogo, neuropsicólogo e também fonoaudiólogo. Por isso, que as intervenções são importantes para minimizar os danos na vida da criança.
Sinais que podem estar presentes:
Na linguagem oral
- Retardo no desenvolvimento;
- Não conseguem organizar palavras de forma clara;
- Troca palavras parecidas;
- Pronuncia errada;
- Dificuldade para classificar letras, números e cores;
- Dificuldade em tarefas que envolvem rimas;
- Atraso na fala;
- Apresenta problemas para se expor de forma objetiva.
Na leitura
- Para decodificar palavras é difícil;
- Erros constantes para identificar palavras;
- Dificuldade na leitura e as crianças podem ser lentas para ler;
- Ler e interpretar questões é difícil;
- Dificuldade na alfabetização;
- Momento de fazer prova apresenta grande dificuldade;
- Apresenta pouco vocabulário.
Na escrita
- Apresenta falhas na soletração e ortografia;
- Troca de letras ou nas sílabas;
- Problema na construção textual com velocidade abaixo do esperado para a idade e a escolaridade.
Tipos de Dislexia
A dislexia é um transtorno no processo fonológico associado a linguagem e existem os tipos de dislexia.
Três tipos de dislexia:
- Dislexia Visual: a criança demonstra dificuldade na percepção discriminativa visual e confundem as letras e a escrita é irregular
- Dislexia Auditiva: nesse aspecto há uma dificuldade na associação da letra e som. Soletrar é uma questão difícil para esses indivíduos. Outra dificuldade é distinguir letras e palavras com sons parecidos. Traz prejuízo na memória auditiva e também tendem a escrever lentamente.
- Dislexia Mista: é a junção da dislexia auditiva com a dislexia visual. Há uma acentuada dificuldade tanto na análise fonética (sons) e também na compreensão visual das letras.
Como o professor pode auxiliar o aluno com Dislexia
Geralmente a dislexia pode ser confundida com preguiça, indisciplina, entre outros déficits. Por isso, é importante que os pais, professores e o ambiente escolar tenha conhecimento a respeito do tema que é dislexia. Para melhor atender cada aluno que apresenta esse transtorno. Também é fundamental que promovam meios para auxiliar esses alunos que apresentam dificuldades. Pois, reconhecer os sinais precocemente é fundamental para uma intervenção de qualidade e de forma eficiente.
Mas será com a ajuda dos pais e com a orientação dos professores, que fará a diferença, sendo através de estímulos que o aluno enfrentará as dificuldades na sala de aula quando o assunto for tratar de um texto, leitura, ou algo que exija que o mesmo precise decodificar letras ou palavras. É necessária uma motivação mútua, sem uma exigência, mas uma coleta do que foi possível no momento da leitura (MUSZKAT, RIZZUTI, 2012, p.73).
O professor tem um papel importante nesse processo, pois ele deve monitorar as atividades e inovar na maneira de ensinar. Porque o aluno com dislexia não aprende como um aluno sem transtorno. Por isso, a importância de estratégias para auxiliar no desenvolvimento da criança. É por esse motivo que os professores devem estar aptos para ajudar esse aluno. Procurar uma qualificação para saber como proceder. Então, não é o aluno com condições especiais que tem que se adequar a escola, mas o ambiente escolar promover meios para proporcionar uma estrutura adequada. Além de ser direito do aluno com dificuldades é uma questão de inclusão.
Ter uma atenção a mais para essas crianças é fundamental. E principalmente que os profissionais especializados trabalhem em conjunto com os professores. Pois, essa parceria vai beneficiar ainda mais na vida escolar dessa criança. Os professores fazem uma extrema diferença na aprendizagem dessa criança.
A qualificação do professor é de suma importância para superar a ideia de que o fracasso escolar é uma culpa exclusiva do aluno. O resultado do desempenho do aluno está ligado ao que se chama de motivos intra-escolares, o que suscita a responsabilidade do educador, do orientador educacional, e de outros profissionais que desenvolvem atividades dentro da escola (TAVARES, 2008, p. 46).
Dicas para trabalhar com alunos com dislexia para ajudar nas habilidades cognitivas
Como a dislexia traz dificuldades para o aprendizado das crianças, é essencial trabalhar habilidades cognitivas que favoreçam seu desenvolvimento. Auxilia nos processos de: discriminação auditiva, percepção auditiva, ritmo entre outras atividades.
- Atividades com música: incentiva a criança. Além de promover a concentração por meio dos ritmos e também de canções.
- Atividades com rima: a rima é muito importante, porque auxilia na habilidade que envolve o som. Entre essa habilidade é importante para trabalhar com música, poesias e jogos. A rima é uma excelente, pois estimula a consciência fonológica.
- Consciência fonológica: auxilia na consciência fonológica com a criança com dislexia é fundamental para ter a compreensão a respeito das palavras curtas e longas.
- Percepção visual: trabalhar jogos que estimulam a percepção visual.
Dica de livro
Esse livro é excelente para se aprofundar ainda mais sobre a dislexia, entre outros transtornos.
Livro: Manual dos Transtornos Escolares: Entendendo os problemas de crianças e adolescentes na escola.
Autor: Gustavo Teixeira
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Referências
BORGES, Vivian. O que é dislexia? Entenda os sinais, sintomas e os tratamentos. Youtube, 19 maio 2020. Disponível em: < https://youtu.be/-ctZA22wNQY>. Acesso em: 11 nov. 2021.
FONSECA, da V. Introdução as dificuldades de Aprendizagem. 2. ed. rev. Porto Alegre: Ed. Artmed, 1995. p. 318 – 353.
GAIATO, Mayra. Dislexia – O que é? Youtube, 30 out. 2018. Disponível em: https://youtu.be/tV9OvfX7rlw. Acesso em: 11 nov. 2021.
MUSZKAT, M; RIZZUTTI, S. Educação & Saúde: O professor e a dislexia. Ed. Cortez: 2012. p. 118.
SABER, Neuro. Dicas para trabalhar com crianças com Dislexia | 5 minutos. Youtube, 25 jul. 2017. Disponível em: https://youtu.be/lY5I5Rg03sw Acesso em: 11 nov. 2021.
TAVARES, H. V. Apoio pedagógico as crianças com necessidades educacionais especiais: dislexia. Monografia de Pós-Graduação Lato Sensu em Distúrbio de Aprendizagem pela Faculdade de Medicina do ABC. São Paulo, 2008.