Comandos para autistas: a importância de ganhar o controle instrucional da criança

Segundo o site da Neuro Conecta, o controle instrucional é uma nomenclatura utilizada pelos profissionais especialistas em ABA para estabelecer a capacidade do instrutor (pai, professores ou terapeutas) de fazer com que a criança coopere e realize o que foi solicitado.

Antes de ter uma intervenção efetiva, primeiramente, é importante ganhar o controle instrucional da criança. Caso isso não aconteça, vai ser um desafio. Por isso, os comandos para autistas são importantes. O controle instrucional é fundamental para ganhar o respeito do indivíduo. Além disso, quando ela aprende a seguir comandos ajuda no desenvolvimento de novas habilidades ligadas a futuras intervenções.

Exemplo: a criança precisa sentar para executar determinada atividade, mas ela não segue o comando. Dessa forma, dificilmente ela irá alcançar um bom êxito e o profissional que está passando os comandos para autistas não conseguirá ensinar nada. Se você não conseguir fazer a criança respeitar o comando solicitado vai ser mais difícil para ela aprender intervenções importantes para a evolução dela, mas há algumas intervenções que ensinam como ganhar o controle instrucional da criança. Por isso, o controle instrucional é tão importante. Sendo assim, é essencial sempre buscar uma formação e ser um professor pesquisador.

Enquanto a criança não aprender a seguir esses comandos será um obstáculo. Por isso, é importante conhecer mais sobre esse assunto buscando uma formação continuada para ajudar os pequenos. O objetivo do post de hoje é esse, ajudar as pessoas que desejam aprender como fazer a criança seguir comandos. Para saber mais a respeito desse artigo continue lendo e aprenda como instruir as crianças a seguir comandos para autistas. Boa leitura!

Comandos para autistas: principais dificuldades

Muitos pais de autistas sentem dificuldade quando emite um comando e eles não seguem. Isso também acontece com os profissionais que acompanham a criança, como é o caso dos professores e mediadores. Diariamente, esses profissionais têm alguns questionamentos e perguntas sobre como fazer a criança seguir um comando. Outro ponto, é a dificuldade da criança permanecer sentada, como utilizar o banheiro, se jogar no chão e entre outras questões vivenciadas por esses indivíduos todos os dias. A questão principal é: o que é preciso para ganhar o controle instrucional da criança?

Para os professores e pais é difícil que a criança siga o controle instrucional de forma funcional, pois para ela aprender a seguir comandos é preciso passar por alguns processos importantes até ela adquirir essa habilidade. Quando a criança apresenta dificuldades no aprendizado e atraso no desenvolvimento torna-se um processo mais complexo, mas não impossível. Por isso, essa criança precisa de um acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, a participação da família no contexto escolar, profissionais com formações de qualidade e paciência.

Não é que a criança tem dificuldades que ela não consegue, pois todos nós temos nossas dificuldades. O que elas necessitam é de pessoas engajadas em ajudá-las e, principalmente, criar possibilidades para que elas se desenvolvam. Não é porque a criança não aprende dessa forma, que ela não vai aprender. Vai aprender sim! Mas de forma diferente. Então, seja o profissional que vai mudar a vida dela.

Dicas de como ganhar o controle instrucional da criança

Agora vamos abordar os caminhos de como conseguir o controle instrucional da criança. Primeiramente, é importante ter paciência, pois trabalhar essa questão é um processo que deve ser feito passo a passo. E para que o controle instrucional seja efetivo é fundamental investir em reforçadores na medida que solicitar comandos para autistas simples, como no meio de uma brincadeira e atividade.

Sendo assim, solicite comandos que a criança já faça. Como são comandos que ela já conhece e segue é mais simples para reforçar. Dessa forma, as atividades serão mais divertidas para elas.

No decorrer do tempo você pode avançar no nível de dificuldade das instruções e atividades, assim que perceber que a criança está mais preparada para seguir as demandas.

Cada criança vai reagir de uma forma em relação a esses aspectos. Umas conseguem manter efetivamente esse relacionamento com os indivíduos ao seu redor. Porém, já outras crianças necessitam de outras intervenções e técnicas complementares para aprender a seguir comandos.

Segundo o site IEAC, há 7 passos para criança seguir o controle instrucional efetivamente. Tem como objetivo ajudar a família e que pode ser utilizado por outros profissionais para ajudar nesse desafio.

Comando para autistas: Entenda como os 7 passos podem ajudar 

Quando utilizado esses passos sistematicamente no ambiente que a criança está inserida é mais efetivo. Diante disso, não será mais necessário controlar o sujeito ativamente, pois quando esses 7 passos são aplicados positivamente a criança naturalmente vai participar das atividades, vai interagir com o outro e seguirá os comandos.

As atividades e comandos mais complexos não será um desafio para  criança, pois ela irá se engajar mais nas tarefas. Por que será que isso acontece? Porque utilizando esses passos a criança ficará mais apta a interagir com você. Só a partir daí, desse relacionamento com a criança, essa troca, que será possível ensinar fora dos limites da criança, do que ela costuma aprender. Aqui cabe a questão de sair da zona de conforto e ir para a zona de estimulação. É importante ter cuidado para não desregular a criança. 

“O segredo de uma boa estimulação é deixar as crianças o mais reguladas e felizes possível, porém, dentro de uma dieta de estimulação. Dar estímulos de uma maneira que não a desregule, que saia da zona de conforto, mas que não a sobrecarregue” (GAIATO, 2018, p. 80).

É essencial ensinar a questão do trabalhar para ganhar. Quando a criança quiser algo, ela precisa primeiro fazer algo para conseguir, como uma recompensa. O ponto chave para ensinar intervenções que deseja aumentar é usando essa abordagem. Essa estratégia é utilizada na terapia ABA. 

Trabalhe esses 7 passos com a criança de forma que ela compreenda que tem que seguir os comandos solicitados. 

Os 7 passos para ganhar o controle instrucional 

  1. É importante a criança compreender que você está no comando diante dos objetos que ela deseja. Portanto, você escolhe quando ela pode acessar esses materiais. 
  2. Antes de tudo seja legal com a criança, pois é fundamental que ela sinta que você está ali para ajudá-la. Nos momentos de interação torne essa vivência enriquecedora e divertida. Sendo assim, a criança estará mais apta a passar mais tempo com você, a seguir seus comandos e partilhar experiência.
  3. A criança precisa sentir que você é confiável e está ali para ela, mas quando der um comando ela precisa entender que o reforçador será entregue quando a atividade for feita de forma adequada. Caso a criança precise de ajuda você pode auxiliar.
  4. É essencial que a criança entenda que quando cumprir um comando vai ganhar um reforçador. Sendo assim, será vantajoso para o pequeno. Então, ela vai cumprir, pois sabe que será beneficiada com o que deseja. Compreendendo isso, passe exercícios simples e a cada atividade feita reforce com o que a criança goste.
  5. No começo quando a criança estiver aprendendo sobre seguir comandos reforce cada demanda cumprida. E depois do comportamento estabelecido diminua a frequência de comportamento.
  6. Expresse que você sabe os interesses e necessidades da criança. É importante saber o que ela gosta, não gosta, principalmente, o que precisa aprender.
  7. Por último, a criança precisa compreender que ao recusar o comando ou realizar comportamentos inadequados não vai ganhar o reforço. Daí a importância de saber o que a criança gosta e tem interesse.

Como ensinar comandos para autistas através das brincadeiras?

Primeiramente, é fundamental que a criança compreenda a importância do segmento de comandos. Mas porque elas precisam entender sobre esse aspecto? Para obedecer às instruções verbais e saber os nomes dos objetos, mas para a criança falar o nome dos objetos ela necessita relacionar o significado do que está sendo mostrado e o que está sendo dito diante dos segmentos de comandos passados. Essa questão mencionada é conhecida como comunicação receptiva, uma forma de comunicação. Além disso, é um pré-requisito para fala.

A criança autista quando está no processo de desenvolvimento da linguagem costuma falar palavras de forma aleatória, como: frases e trechos de música. Muitas vezes não falam com função e para isso acontecer a criança precisa ouvir com função, ela precisa saber o que está falando e necessita ter discriminação auditiva. Você sabe como podemos ensinar isso para as crianças autistas? As brincadeiras são ótimas estratégias, pois é através delas que podemos ensinar de forma naturalista sobre os segmentos de comandos para autistas enquanto ela está brincando com algo do interesse dela. A seguir, dicas de como ensinar crianças autistas a seguir comandos através das brincadeiras:

  1. Imite o que a criança está fazendo com o brinquedo;
  2. Faça sons engraçados;
  3. Interaja com a criança para que ela ache divertido estar presente.
  4. No meio da brincadeira peça outra variação desse brinquedo, por exemplo, solicite que a criança levante a orelha do cachorro de pelúcia. Caso a criança siga os comandos, é porque ela achou interessante. Então, continue fazendo o que ela quer com o brinquedo seguindo os comandos dela. 
  5. Se a criança não seguir o seu comando peça novamente para ela 3 vezes seguidas. Caso nas duas primeiras vezes ela não realize o comando solicitado, na terceira vez dê ajuda física para ela seguir a instrução.
  6. Sabe por que a ajuda física é importante? Para a criança relacionar o que significa levantar a orelha do cachorro. Outro fato, é que ela vai ouvir o comando e associar.
  7. Quando a criança realizar o que foi pedido é importante voltar depois para o que ela estava fazendo anteriormente.
  8. Ao contrário de corrigir como a criança brinca, imita ela e solicite outra variação com o brinquedo, pois dessa forma você a ensina brincar de outra maneira, de forma funcional. 
  9. A partir do momento que solicitamos uma variação diferente do que a criança está reproduzindo ensinamos outra funcionalidade para ela fazer com o brinquedo. Sendo assim, ampliamos o repertório da forma como ela brinca.
  10.  Entretanto, se a criança não tem interesse por brinquedos e não usa nada com função? Lembra das dicas citadas acima? Então, é só repetir as mesmas dicas nessa situação, como imitar a criança, faz sons engraçados, em seguida, retornar o que ela estava realizando com os mesmos estímulos anteriores.

Diante disso, ensinamos naturalmente como as crianças podem utilizar os objetos com função. É essencial ressaltar que não precisa ser necessariamente brinquedo para que essas orientações mencionadas acima sejam efetivas. Há outras formas mais estruturadas de comandos para autistas e como elas podem seguir o segmento de instruções verbais, dela aprender o que ela está escutando. Confira o exemplo abaixo de comandos para autistas: 

Faça uma bolinha de massinha para brincar com a criança e já deixe o reforçador de lado. É importante que esse reforçador seja algo que ela goste, que tenha interesse, para ela associar como um prêmio por ter realizado o comando solicitado. Em seguida, solicite comandos para autistas, por exemplo: “Pedro, joga a bolinha pra mim” (repete três vezes), se a criança não realizar o que foi pedido nas duas primeiras vezes, na terceira vez de ajuda física para ela executar o que foi pedido.

Juntamente, com sons engraçados, não esqueça! Nesse contexto também é interessante utilizar um reforço social “muito bem”, mas é importante lembrar que deve ser um complemento, pois o reforço social pode não ser o bastante nesse momento. Neste caso, ela precisa também de um reforçador concreto e do interesse dela. Só o reforçador social não é o bastante, visto que ela ainda não tem o repertório. 

Portanto, quando executamos essas estratégias com a criança estamos ensinando diversas habilidades, inclusive a seguir comandos. Sendo assim, o indivíduo ficará mais propenso a manter um diálogo no futuro, pois como ela está trabalhando esse aspecto e recebendo estímulos será mais provável que repita esse comportamento, já que são práticas baseadas em evidências. Não é achismo, mas comprovado cientificamente.

Dessa forma, é extremamente importante estimular as crianças a fazer contato visual, imitação e comunicação receptiva, pois são a base do tratamento efetivo para a criança segundo Mayra Gaiato. Quando trabalhamos os comandos para autistas estamos também estimulando essas áreas, que como já mencionado é o caminho para o tratamento do autismo e para que nossas crianças tenham uma melhor qualidade de vida.  

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Referências:

FREITAS, Michelli. 7 passos para ganhar o controle instrucional com a sua criança. IEAC (Instituto de Educação e análise do comportamento). Disponível em: https://blog.ieac.net.br/sete-passos-para-ganhar-controle-instrucional-com-a-sua-crianca/. Acesso em: 14 de set. 2022.

GAIATO, Mayra. Como fazer a criança com autismo seguir comandos? Youtube, 2020. Disponível em: https://youtu.be/Kk7F9FDxfAo. Acesso em: 16 de set. 2022.

GAIATO, Mayra. S.O.S Autismo: guia completo para entender o Transtorno do Espectro Autista. 3.ed. São Paulo: nVersos, 2018.

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