As duas ações são sinônimas ou são distintas?
Preparamos este post sobre alfabetizar e letrar para esclarecer algumas dúvidas sobre essas duas ações tão importantes no processo de aquisição da leitura e escrita das crianças.
Letrar é direcionar a criança a usar os recursos da língua escrita nas práticas sociais, ou seja, ao pegar um texto com uma receita de bolo, essa crianças saberá a utilidade desse dele. Ela saberá utilizar a linguagem nos mais diversos contextos sociais.
A alfabetizar é direcionar a criança no aprendizado do alfabeto e de sua utilização como código de comunicação, e apropriação do sistema de escrita, e pressupõe a compreensão do princípio alfabético, indispensável ao domínio da leitura e escrita.
Desse modo alfabetizar e letrar são ações que devem caminhar juntas. Enquanto uma decifra código a outra os utiliza nas situações do dia a dia.
Para entendermos melhor vamos ver o que é alfabetização e letramento.
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O QUE É LETRAMENTO?
É o processo de aprendizado do uso da tecnologia da língua escrita. Isto é, a criança pode utilizar recursos da língua escrita em momentos de fala, mesmo antes de ser alfabetizada. Esse aprendizado se dá a partir da convivência dos indivíduos (crianças/adultos, crianças/crianças), com materiais escritos disponíveis – livros, revistas, cartazes, rótulos de embalagens, entre outros -, e com as práticas de leitura e de escrita da sociedade em que se inscrevem. Esse processo acontece pela mediação de uma pessoa mais experiente através dos bens materiais e simbólicos criados em sociedade.
Desse modo, a adoção do vocábulo “letramento” vem atender a uma nova realidade, já que só recentemente a sociedade brasileira passou a preocupar-se com o desenvolvimento de habilidades para utilizar a leitura e a escrita nas práticas sociais e não somente com o saber ler e escrever mecanicamente.
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NÍVEL DE LETRAMENTO
Este, é determinado pela variedade de gêneros de textos escritos que a criança ou adulto reconhece. A criança que vive em um ambiente em que se leem livros, jornais, revistas, bulas de remédios, enfim, e qualquer outro tipo de literatura (ou, em que se conversa sobre o que se leu, ou mesmo, em que uns leem para os outros em voz alta, leem para a criança enriquecendo com gestos e ilustrações), o nível de letramento será superior ao de uma criança cujos pais não são alfabetizados e não teve o privilégio de conviver com pessoas que pudessem favorecer este contato com o mundo letrado.
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ALFABETIZAÇÃO
O processo de descoberta do código escrito pela criança letrada é mediado pelas significações que os diversos tipos de discursos têm para ela, ampliando seu campo de leitura através da alfabetização. Antigamente, acreditava-se que a criança era iniciada no mundo da leitura somente ao ser alfabetizada, pensamento este ultrapassado pela concepção de letramento, que leva em conta toda a experiência que a criança tem com leitura, antes mesmo de ser capaz de ler os signos escritos. Atualmente, não se considera mais como alfabetizado quem apenas consegue ler e escrever seu nome, mas quem sabe escrever um bilhete simples.
Portanto, letramento decorre das práticas sociais que leituras e escritas exigem nos diferentes contextos que envolvem a compreensão e expressão lógica e verbal. É a função social da escrita. Enquanto que a alfabetização se refere ao desenvolvimento de habilidades da leitura e escrita.
Letrar é direcionar a criança a usar os recursos da língua escrita nas práticas sociais, ou seja, ao pegar um texto com uma receita de bolo, essa crianças saberá a utilidade desse dele. Ela saberá utilizar a linguagem nos mais diversos contextos sociais.
A alfabetizar é direcionar a criança no aprendizado do alfabeto e de sua utilização como código de comunicação, e apropriação do sistema de escrita, e pressupõe a compreensão do princípio alfabético, indispensável ao domínio da leitura e escrita.
Para a criança ser alfabetizada ela passa por um processo de aprendizagem. Nesse processo a criança passa por vários estágios ou fases.
De acordo com os estudos feitos por Ana Teberosky e Emília Ferreiro esses estágios estão divididos em pré-silábico, silábico, silábico alfabético e alfabético. Esse processo foi chamado de a Psicogênese da leitura e escrita.
Vamos conhecer de forma mais detalhada cada uma delas:
PRÉ-SILÁBICO- Quando a criança não consegue relacionar ainda as letras com os sons da língua falada.
SILÁBICO- Quando a criança atribui um valor sonoro a cada sílaba das palavras que registra.
SILÁBICO ALFABÉTICO- Passagem da hipótese silábica para a alfabética. A criança se aproxima de uma análise de fonema a fonema.
ALFABÉTICA- Quando as crianças já tem domínio sobre o valor das letras e sílabas.
Superada essa etapa, a criança irá enfrentar o desafio para desenvolver a ortografia.
Para saber mais sobre esse assunto, disponibilizando o curso Alfabetização e Letramento completo.