Qual o papel do coordenador pedagógico?
O coordenador pedagógico tem um papel de mediador em diversas instâncias dentro de uma instituição de ensino. O seu trabalho é, além de auxiliar os professores nas articulações curriculares e demais relações pedagógicas, este profissional é o principal agente transformador da escola. Compete a ele questionar, analisar e apoiar as práticas acadêmicas e as ações executadas em salas de aulas pelos docentes, fazendo com que os professores avaliem suas práticas de forma crítica, para alcançarem ótimos resultados.
Mas não é uma missão fácil, não. Em diversas situações o trabalho do coordenador confunde-se com funções administrativa, o que não deve ser o foco desse profissional, pois a atenção principal dele são questões pedagógicas, interpessoais. Entre tantas atribuições, o bom coordenador pedagógico é aquele que sabe estabelecer prioridades. Algumas das atividades inerentes ao cargo estão:
- realizar planejamento semanal de horário de trabalho pedagógico coletivo;
- organizar encontros de docentes de acordo com as áreas de atuação e série que lecionam;
- prestar atendimento individual aos professores para traçar estratégias de ensino;
- dar apoio teórico aos professores para norteá-los quanto às práticas pedagógica;
- conhecer o desempenho da instituição de ensino e se manter atualizado com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
- inovar estudos e planejamentos;
- mapear dados para prevenção de conflitos;
- implementar tecnologias e inovações que auxiliem o processo de ensino-aprendizagem;
- identificar necessidades dos docentes e alunos, transformando a realidade quando necessário.
- inovar estudos e planejamentos;
- mapear dados para prevenção de conflitos;
- implementar tecnologias e inovações que auxiliem o processo de ensino-aprendizagem;
- identificar necessidades dos docentes e alunos, transformando a realidade quando necessário.
Desafios de um coordenador pedagógico.
É uma tarefa árdua a concretização deste trabalho tão complexo como o do coordenador pedagógico, é preciso criatividade, muito estudo, organização, ser leitor e ouvinte, aberto aos conhecimentos e inovações e também, não podemos deixar de mencionar, o aspecto das relações interpessoais inerentes à convivência humana no cotidiano do universo escolar. Entretanto, fica claro que sua formação, tanto inicial como continuada, são vitais para o desenvolvimento de um trabalho eficaz, visto que, os problemas educacionais são vastos e se modificam constantemente. Acreditamos que um dos empecilhos ao trabalho eficaz do coordenador pedagógico esteja em sua formação ineficiente.
A formação requisitada para o exercício da função de coordenador não pode se resumir em um acúmulo de títulos, precisa ser um processo reflexivo e crítico sobre a prática pedagógica. Os cursos de Pedagogia precisam investir na formação do coordenador, pois se trata de uma função essencial e complexa no campo educativo e que não dá para aprender somente com a prática, é preciso desenvolver capacidades e habilidades múltiplas em consonância com a educação atual.
A formação continuada do coordenador pedagógico faz-se necessária pela própria natureza do saber humano como prática que se transforma constantemente, principalmente quando se refere ao comportamento e seus efeitos na aprendizagem, porque a realidade muda, o saber que construímos sobre ela precisa ser revisto e ampliado, sempre dessa forma um programa de educação continuada se faz necessário para atualizar nossos conhecimentos, principalmente para as mudanças que ocorre em nossa prática, bem como para atribuirmos direção esperada a essa mudança (CHRISTOV, 2003, p. 9).
Outro desafio encontrado para exercer a função de um coordenador escolar é que nem sempre essas são bem demarcadas. Por conta disso, o coordenador acaba fazendo o trabalho que poderia ser delegado para outras pessoas, acumula tarefas e, consequentemente, não exerce suas principais funções com a excelência que gostaria.
Um pouco da história da função do coordenador pedagógica.
Até a década de 90, muitos coordenadores eram vistos como fiscais, que vigiavam os professores e controlavam as suas ações. Porém, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, decretada em 1996, essa concepção ficou para trás e deu espaço para outras competências mais relevantes, como o auxílio direto aos professores na sua prática escolar e o estreitamento da relação entre a família e a escola.
Dessa forma, as atribuições de um coordenador passaram a ser focadas na rotina pedagógica da instituição de ensino. Logo, suas funções também passaram a ser diretamente ligadas à sua atuação junto aos professores e, consequentemente, à aplicação de princípios que resultem em um ensino de qualidade aos alunos.
Coordenador e o corpo docente.
O trabalho de formação continuada, realizado de forma coletiva, distribui a todos os envolvidos no processo, as responsabilidades tanto pelo sucesso como pelo fracasso. Oliveira (2009, p. 36) denota que nesse processo, a atuação desse educador escolar, não mais “o especialista’’, detentor de habilidades especiais de educação, que supervisiona e controla o fazer do professor, mas aquele que busca apoio e dinamiza as ações pedagógicas pensadas coletivamente, assume um papel de relevância no processo educacional atual, pois, como o coordenador das atividades pedagógicas, tem a função de desencadear, articular e dinamizar o processo educacional escolar sem, contudo, ser o único responsável pelo caminhar de tal processo, uma vez que toda a responsabilidade são divididas, assumidas, integralmente, por todos os participantes.
Por trás dessa expectativa, encontramos a ideia de que uma nova escola só será mais eficiente se for capaz de ensinar, através da formação continuada de seus professores, uma prática educativa voltada para o sucesso do aluno e, consequentemente, de toda a escola, gerando eficiência e autonomia. É nesse contexto, que o coordenador pedagógico está inserido, pois uma das principais atribuições desse profissional está diretamente associada ao processo de formação continuada de seus professores.
A formação continuada faz parte de uma busca sistemática de conhecimentos, de capacidades de reflexões das práticas pedagógicas dos educadores envolvidos em um contexto educacional. Por isso, de nada adianta o coordenador pedagógico trabalhar em busca de uma qualidade profissional, se os demais não participarem dessa ação efetiva no resgate de uma educação de qualidade. Esta não é uma tarefa fácil, visto que a maioria dos professores tem jornada dupla ou tripla, devido à desvalorização salarial e não sobra muito tempo para as reflexões tão necessárias e significativas.
Além da assistência ao grupo de professores, o coordenador pedagógico busca integrar a comunidade em geral em todos os aspectos relacionados à qualidade e melhoria do ambiente escolar. Seu papel e suas atribuições vão além do que muitos conhecem e dizem. O planejamento participativo, atualmente, é mais que importante para o contexto escolar, pois se fala tanto numa escola participativa, democrática e coletiva, e é na hora do mesmo, que percebemos que esse compromisso por parte de muitos profissionais fica a desejar.
Ele é “[…] acima de tudo, uma intervenção na realidade, como processo de participação social e de construção de uma nova ordem social. […] a partir e em função de uma ideia que quer atingir, vai, aos poucos, interferindo na transformação e reconstrução da micro sociedade” (DALMÁS, 1994, p. 36).]
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Referências bibliográficas:
Disponível em: https://www.somospar.com.br/as-principais-funcoes-do-coordenador-escolar/, por Luísa França. Acesso em: 4/11/2021.