Para iniciar a nossa conversa, vamos saber o significado da palavra lúdico.
O Dicionário Priberam da lígua portuguesa diz:
lú·di·co-adjetivo
- Relativo a jogo ou divertimento. = RECREATIVO
- Que serve para divertir ou dar prazer.
Bom, se lúdico é relativo à brincadeiras e a divertimento, então será possível aprender brincando?
A resposta é sim. Aliás quem não gosta de brincar e se divertir? Todos gostam, inclusive adultos, o que dirá as crianças!
Há diversas pesquisas que comprovam que no ensino e aprendizagem, o conhecimento associado à jogos e brincadeiras tem mais resultados positivos do que o modelo tradicional de ensino. Isso porque as crianças se envolvem com a atividade proposta, assim o aprendizado acontece de forma natural.
Com o lúdico o educador tem a possibilidade de desenvolver atividades mais prazerosas e também significativas, de forma a ocasionar uma educação integral da criança e valorizar suas potencialidades. Desse modo, a teoria e prática ficam mais próximas, contribuindo para um melhor processo de ensino e aprendizagem.
Mesclar brincadeiras, jogos, gincanas e outras formas de diversão com o conteúdo visto em classe é uma boa forma de engajar os estudantes e fazê-los assimilar o assunto de maneira mais direta. Assim, o aprendizado se torna dinâmico e o próprio estudante passa a conduzir, de certa forma, o conhecimento adquirido.
É necessário salientar que o ensino lúdico não se resume a brincadeiras, e sim ao uso de metodologias diversas que estimulem a criatividade, o pensamento crítico e a imaginação dos estudantes de forma natural — exercitando e desenvolvendo tais características.
Mas como utilizar a ludicidade no processo educacional?
O lúdico pode ser trabalhado em diversas áreas de atuação, por exemplo:
- área tecnológica: utilização de jogos e outras ferramentas inovadoras para o ensino;
- área da linguagem: utilização de trava-línguas e músicas, por exemplo, para o desenvolvimento da dicção e da eloquência na comunicação;
- área da imaginação: utilização de atividades que desenvolvam a imaginação e o faz de conta, habilidades essenciais para uma boa adequação não só na escola, mas também no mercado de trabalho;
- área da movimentação: utilização de brincadeiras que trabalhem as habilidades cognitivas e a coordenação motora simultaneamente, além de incentivar o aprendizado de conceitos como o trabalho em equipe.
É interessante sempre pensar em atividades que incluam todos os estudantes, fazendo com que participem, mesmo sendo em funções diferentes, por exemplo, organizar apresentações de peças, sejam elas musicais ou não, realizar teatros de fantoche, estimular a prática de redações periódicas, fazer feiras de ciências, trabalhar com fotografias, utilizar trava-línguas, usar jogos eletrônicos em sala de aula, utilizar jogos como o jogo da memória.
A partir do uso periódico dessas estratégias, é possível estimular uma série de habilidades diferentes, fazendo com que o conhecimento seja muito melhor assimilado e possa realmente ser fixado.
Brincar durante a infância e através do ciclo da vida, ajuda a liberar as tensões da vida, prepara-nos para o que é sério e as vezes fatal, ajuda-nos a definir e redefinir os limites entre nós e os outros, auxilia-nos na obtenção de um senso de nossa própria identidade pessoal e corporal. É importante destacar ainda que ao desenvolver atividades lúdicas em grupo o estudante aprende a respeitar seu próximo e suas individualidades “É através da atividade lúdica que a criança desenvolve a habilidade de subordinar-se a uma regra e dominar as regras significa, dominar o próprio comportamento, aprendendo a controlá-lo e a subordiná-lo a um propósito definido”. (LEONTIEV, 1998, p.139).
Assim será possível sua socialização, afirmação de valores de respeito ao próximo, e sua autoafirmação pessoal. Afirma Cordazzoe Vieira (2007, p 94) que “outro fator que pode ser observado na brincadeira é o desenvolvimento emocional e da personalidade da criança”. Portanto brincando a criança irá desenvolver características não só motoras como cognitivas que poderão fazer parte de sua vida adulta.
O brinquedo estimula a inteligência porque faz com que a criança solte sua imaginação e desenvolva a criatividade possibilitando o exercício de concentração, de atenção e de engajamento. É um convite a brincadeira, proporcionando desafios e motivação. (FALCÃO; RAMOS 2002, p. 17). É preciso considerar que maiores serão os resultados obtidos através do uso das ferramentas lúdicas, quanto à aprendizagem, comparado com uma didática que não utilize tais estratégias.
Ao brincar, a criatividade leva a criança a buscar novos conhecimentos, exigindo do educando uma ação ativa, indagadora, reflexiva, desvendadora, socializadora e criativo, relações estas que constituem a essência psicogenética da educação lúdica, em total oposição lúdica, em total oposição à passividade, submissão, alienação, irreflexão, condicionamento da pedagogia dominadora. (FALCÃO; RAMOS, 2002, p 15).
Tal desenvolvimento não se restringe apenas às crianças que não apresentam dificuldades de aprendizagem sendo indispensável, níveis diferentes de competências. Na sua influência para com o desenvolvimento infantil o brincar pode ser utilizado como uma ferramenta para estimular déficits e dificuldades encontradas em alguns aspectos desenvolvimentais. Entretanto, os profissionais que lidam com estas crianças devem estar atentos ao desenvolvimento global infantil e não se deterem a aspectos isolados, uma vez que todos os aspectos estão interligados e exercem influências uns para com os outros. (CORDAZZO; VIEIRA, 2000, p 94).
É possível desenvolver atividades lúdicas em casa?
Mais uma vez temos um SIM como resposta.
Para desenvolver atividades lúdicas em casa é preciso definir quais os objetivos das brincadeiras e se ela contribui para o aprendizado e desenvolvimento das habilidades da criança. Depois de definidos os objetivos, agora é hora de direcionar a prática para obter o desempenho que você espera estimular na garotada.
Quanto mais inovadora a atividade lúdica, maiores serão as chances Da criança ficar interessada e motivada para experimentá-la. Sendo assim, será possível desenvolver os aspectos psicomotores, cognitivos e afetivo-sociais, fatores essenciais acerca da construção do conhecimento infantil. Pode ser utilizado jogos como quebra-cabeças, inclusive produzidos pela própria criança com a orientação da família, massinhas de modelar que também pode ser fabricada em casa, pular cordas, entre outras atividades. O importante é aprender sem perder o foco na formação de um ser integral.
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Referências
“lúdico”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/l%C3%BAdico [consultado em 30-09-2021].
https://blog.colegioarnaldo.com.br/entenda-a-importancia-do-ludico-no-processo-ensino-aprendizagem/ Acesso em 30/9/2021.
AGUIAR, Thaís Cardoso Guimarães de [1], GUISSO, Luana Frigulha [2]
AGUIAR, Thaís Cardoso Guimarães de. GUISSO, Luana Frigulha. A importância do lúdico no processo de ensino e aprendizagem da Educação Infantil: um estudo de caso em Presidente Kennedy-ES. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 05, Vol. 13, pp. 69-110. Maio de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/ludico-no-processo
4 thoughts on “O lúdico no processo de ensino e aprendizagem.”