Os níveis de escrita na alfabetização
Cada fase é uma etapa. É importante também compreender que a criança passa por um processo na fase de alfabetização. Por isso, é fundamental acompanhar a criança em cada estágio.
Diante disso, é essencial que o professor compreenda os níveis de escrita na alfabetização para criar estratégias de modo que as crianças passem de uma etapa para outra sem dificuldades ou empecilhos e possibilite seu desenvolvimento. Portanto, é importante elaborar atividades que aborde a escrita espontânea da criança. Diante dessa estratégia, o docente pode observar os níveis de escrita do aluno individualmente.
Nesse post, vamos abordar os níveis de escrita na alfabetização em cada fase e a importância de compreender e acompanhar a criança nessa etapa. Esse é o post de hoje. Boa leitura!
Os níveis de escrita na alfabetização: o processo
Emilia Ferreiro e Ana Teberosky pesquisaram como o cérebro da criança funciona durante a aprendizagem da língua escrita e como era esse processo. São alguns pontos que as autoras abordam no livro.
No decorrer do processo a criança passa por vários níveis de escrita na alfabetização. Segundo Emilia Ferreiro e Ana Teberosky no livro sobre: “Psicogênese da Língua Escrita” a criança traz consigo um repertório e passa por um processo que deve ser levado em consideração durante o desenvolvimento da linguagem escrita.
De acordo com os estudos de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky são estabelecidos níveis de escrita. Eles são:
- Nível pré-silábico (traços/antes das sílabas)
No nível 1 a criança pode utilizar traços, linhas e formas semelhantes a emes em letra cursiva. A única pessoa que pode compreender o que está escrito é a própria criança. Ela também pode simbolizar a escrita por meio de rabiscos ou desenhos. Geralmente, é chamado de garatuja. Pois é quando a criança compreende a função social das letras e relaciona com a escrita.
A criança utiliza as letras aleatoriamente, não havendo nenhuma ligação com a grafia ou fonema. Por isso, que as crianças podem relacionar o número de letras ao tamanho do objeto ou animal que elas escreveram.
No nível 2 a criança utiliza o mínimo de letras para escrever. Além disso, os caracteres se apresentam de forma organizada. Nesse nível os caracteres se parecem mais com letras. Outra característica é que as letras são escritas junto com os números.
Nesse nível a criança também pode utilizar as letras que compõem o seu nome, pois na maioria das vezes elas tem contato frequente com seu nome. Prevalece a escrita com letras maiúsculas.
Atividades/estratégias para criança avançar para outro nível:
- Atividades para identificar a letra inicial das palavras através do som;
- Bingo de letras;
- Pintura, modelagem e recorte;
- Completar letras na palavra a partir de um modelo escrito;
- Trabalhar atividades que ajudem a desenvolver a consciência fonológica das crianças;
- Jogos de encaixe (figuras, letras e nomes);
- Alfabeto móvel;
- Diferenciar números e letras;
- Sequência alfabética;
- Identificar outras palavras iniciadas com a mesma letra;
- A escrita do nome da criança;
- Apresentar gravuras e construir a palavra junto com a criança;
- Brincar com as palavras;
- Recorte das letras para completar listas e palavras.
- Nível silábico (sem valor sonoro)
A primeira etapa é o estágio silábico sem valor sonoro. Nesse nível a criança percebe que a escrita das palavras tem ligação com as emissões sonoras que produz. Nesse caso, a cada sílaba a criança atribui a uma letra. A partir disso, é possível identificar em qual nível a criança está.
Se na escrita as crianças utilizam letras que não tem relação com a palavra, então ela está no nível silábico sem valor sonoro.
- Nível silábico (com valor sonoro)
Agora no nível silábico com valor sonoro a criança utiliza letras que tem relação com a palavra.
É importante que nesse estágio o docente observe qual é o repertório da criança, caso ela utilize apenas as vogais na escrita das palavras dizemos que está no nível silábico com valor em vogais. Diante disso, é fundamental sugerir atividades para ajudar a criança na ampliação de repertório de letras e a utilizar as consoantes.
Atividades/estratégias para criança avançar para outro nível:
- Palavras incompletas;
- Rimas;
- Recortar e colar as sílabas de acordo com o nome de cada figura;
- Atividades que reforcem a compreensão da relação grafema-fonema (letra-som);
- Bingo de letras;
- Contar o número de letra das palavras;
- Identificar palavras em texto;
- Alfabeto móvel;
- Atividades para acrescentar vogais nas palavras;
- Leitura de histórias.
- Nível silábico-alfabético (transição)
Esse nível é a transição do nível silábico para o alfabético. No nível silábico alfabético que é a fonetização da escrita. Tem início quando a criança percebe que existe uma relação entre o que se fala e o que se escreve. Nesse estágio a criança escreve as palavras utilizando em algumas sílabas apenas uma letra para corresponder e em outros casos a sílaba inteira.
Atividades/estratégias para criança avançar para outro nível:
- Cruzadinhas;
- Pintar as silabas que formam a palavra;
- Trabalhar com códigos (cada símbolo representa uma silaba);
- Completar a palavra com a sílaba que está faltando;
- Caça-palavras;
- Banco de palavras.
- Nível alfabético
Nesse nível a criança se apropria do processo de escrita e já compreende a relação das emissões sonoras com as letras para representá-las através da escrita. Depois que a criança alcançar esse nível os desafios enfrentados serão com a ortografia.
Atividades/estratégias para criança avançar para outro nível:
- Caça-palavras;
- Cruzadinhas;
- Trabalhar com textos, formação das sílabas, ordem das palavras, das frases, organização da escrita e estruturação do texto;
- Produzir textos a partir de imagens;
- Montar e explorar banco de palavras.
A Psicogênese da escrita tem sido utilizada a décadas para um diagnóstico eficiente com relação os níveis de escrita na alfabetização. Através das estratégias, professores tem podido traçar metas para alcançarem o tão desejado nível de formação da criança: a alfabetização.
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Referências
FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. A psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999.
MARQUES, Everson Augusto. Os níveis de escrita no processo de alfabetização. Webartigos, 2021. Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/os-niveis-de-escrita-no-processo-de-alfabetizacao/168653. Acesso em: 30 de maio de 2022.
PEDAGÓGICO, Intensivo. Psicogênese da Língua Escrita – Emilia Ferreiro e Ana Teberosky. Youtube, 2022. Disponível em: https://youtu.be/2MRDKIMMnM8. Acesso em: 30 de maio de 2022.
SILVA, Kátia. Sugestões de atividades – nível pré-silábico. Teste de psicogênese, 2021. Disponível em: https://psicogenese.hvirtua.com.br/sugestoes-atividades-nivel-pre-silabico/. Acesso em: 30 de maio 2022.